quarta-feira, 7 de dezembro de 2011



Por Vanir Junior
Os fatos sociais são quase todos os fenômenos que ocorrem no interior de uma sociedade. Quase todos porque são os fenômenos que se distinguem do campo da biologia e da psicologia. Apresentam interesse social, generalidade e induzem os indivíduos como algo exterior aos próprios.
Podemos dizer, então, que o fato social é composto de três características: a generalidade – pois não existem apenas para um individuo, mas sim para todo o grupo social –, a exterioridade – se caracterizam como instituições sociais, padrões que o indivíduo está submetido – e coercitividade – relacionada à força que o padrão social tem sobre o indivíduo. Para Durkheim, fatos sociais são coisas.
Formas de agir ou pensar que são revestidas de poder coercitivo que mantém a ordem social estabelecida. São normas que predominam de maneira coletiva sobre os indivíduos independente da vontade dos mesmos.
Sendo assim, os indivíduos são conduzidos à determinada maneira de agir e pensar, conforme os fatos sociais. Segundo Durkheim, para haver uma análise correta dos fatos, é necessário limpar toda a mente das falsas noções que desfiguram o verdadeiro aspecto das coisas, pois as prenoções distorcem qualquer sentido verdadeiro.
Entre tais fatos podemos citar a educação, a família, o direito, a religião, entre outros. Ou seja, constituições de uma lógica própria da sociedade. Assim, as nossas idéias e ações não viriam por nós, mas são exteriores. A sociedade com seus fatos constituídos que leva nos leva a agir.
Isso significa dizer que a idéia do ser humano como ator social é descartado por Durkheim. Inclusive, diz ser que a crença de uma elaboração própria, individual, é apenas uma ilusão, mas, seríamos levados agir conforme imposição exterior. A idéia da sociedade regendo e modelando as pessoas.
Para Durkheim, o processo acontece já na infância, ficando claro num exemplo que ele cita:
“...basta, para tal, que se observe a maneira pela qual são educadas as crianças. Toda educação consiste num esforço continuo para impor às crianças maneiras de ver, de sentir e de agir às quais elas não chegariam espontaneamente [...] Desde os primeiros anos de vida, são as crianças forçadas a comer, beber, dormir, em horas regulares; são constrangidas a terem hábitos higiênicos, a serem calmas, obedientes; mais tarde, obrigamo-las a aprender a pensar nos demais, a respeitas os usos e conveniências, forçamo-las ao trabalho, etc.” (DURKHEIM, Emile, p.5, 1974).
Assim, desde quando o indivíduo vem ao mundo, ele é inserido em um conjunto de normas de valores sociais, como a cultura, a religião e idéias que predominam em uma sociedade, independente de sua vontade particular. Aos poucos, o indivíduo se socializa e passa a ser regido conforme a sociedade.
Referências Bibliográficas:
DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. Ed. 6ª. Companhia Editora Nacional: São Paulo, 1974.


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