Por Nathalia Bastos
Mesquita Al Nabawi Medina na Arábia Saudita |
“Não tinham motivo os habitantes de Medina e os beduínos que os cercavam de abandonar o Mensageiro de Deus nem de querer proteger suas vidas em detrimento da dele. Pois quando lutam pela causa de Deus, não se expõem nem à sede nem à fome nem à exaustão. Todo passo que dão irrita os descrentes. Mas seus prejuízos contarão como boas obras aos olhos de Deus. Ele não deixa de recompensar os benfeitores.”
CHALITA, Mansur – Alcorão – Capitulo 09 “O Arrependimento”, versículo 120.
** Cidade de Meca ou Makka |
O Islã é uma das três religiões monotoístas e foi revelada na Península Arábica no século VII, transformando essa região em cenário de uma das principais transformações religiosas e políticas da Idade Média. “Pregava a submissão total a Deus, nominado em árabe por 'Allah'” (RIBAS – p.45).
Renata R. Sancovsky nos chama atenção para o pensamento de Muhammad ibn Abdallah (570 – 632 d.C) ou Maomé como é conhecido no Ocidente, e que segundo Rogério de Oliveira Ribas, era mebro da tribo Banus Qoraush, na cidade de Meca.
Maomé segundo ambos pesquisadores, recebeu, segundo a crença, a revelação de Deus por intermédio do Arcanjo Gabriel, “através da intercessão de um 'nâmous', identificado pela visão popular dos submetidos, os muçulmanos” (RIBAS – p.45), e a partir de então no mundo árabe surge uma proposta de organização e civilização totalemnte diferente do que já tinham visto, proposta com base na submissão “incondicional a Deus que deveria substituir os cógigos de conduta social e fé, tradicionalmente praticados pelas tribos árabes e pelos seus esquemas familiariares de organização política” (SANCOVSKY – 200? - p.09).
Maomé promoveu uma unidade das tribos árabes, da Península Arábica, segundo Ribas tendo apoio na revelação corânica que o titulava “Profeta de Allah”, como dito anteriormente, tal unidade se dava através da substituição dos laços de sangue em virtude dos laços da fé o que deu origem a formação de um estado teocrático chamado de o Califado.
“Rompendo com as visões belicistas, Maomé se afastava dos padrões ancestrais no relacionamento das tribos árabes, e instituiu um modelo de organização comunitária baseada no ideal da Ummah*, a unidade intertribal. O principio da guerra como ideal instrumento de consquista, que não intencionava a destruição física ou a eliminação cultural dos conquistados (salvo no combate às diversas expressões de paganismo), se estenderia aos modelos de centralização política que regeram a expansão islâmica após a morte do Profeta, em 632.”
SANCOVSKY, Renata R. - História Medieval - “Maomé, o Corão e a formação do Islã” - p.09
* Ummah – do árabe comunidade ou congregação muçulmana. Princípio de unidade política religiosa que permeou todas as pregações de Maomé efoi perpetuado pelos regimes dos Califas medievais. Apenas muçulmanos praticantes poderiam fazer parte da Ummah (SANCOVSKY – 200? - p.09)
Não muito diferente de Sancovsky, Ribas destaca que os muçulmanos motivados pelo combate pela causa de Deus ou a chamada jihad, deslocaram-se em uma expansão pela orla do Mediterrâneo, sob comando dos califas durante os séculos VII e VIII. Conquistando bizantinos, Síria, Egito, Palestina, o Norte da África e a Penísula Ibérica.
Sobre essa expansão territorial, o historiador e demógrafo Colin McEvedy (1930 – 2005) nos ilustra com dois mapas da expansão muçulmana, um de 651 e outro de 737 demonstrando todo o avanço do Califado Omíada.
Fonte: MCEVEDY, Colin – Atlas de História Medieval – p.37.(Scans) |
Fonte: MCEVEDY, Colin – Atlas de História Medieval – p.39. (Scans) |
“ A conversão islâmica dos habitantes desta última região [a antiga Mautitânia Romana], chamados de mouros pela cristandade européia, engrossou as fileiras do 'exército e Allah', permitindo aos muçulmanos, na primeira metade do século VIII, conquistar a Península Ibérica, onde permaneceriam por séculos. Somente seriam dali expulsos, progressivamente a partir do século XI, com a chamada Reconquista Cristã, concluída no século XV com a conquista de Granada.”
RIBAS, Rogério de Oliveira - “O Islam na diáspora: crenças mouriscas em Portugal nas fontes inquisitoriais quinhentistas” - p.46.
BIBLIOGRAFIA:
CHALITA, Mansur – "Alcorão - Livro Sagrado do Islã" – BestBolso - Rio de Janeiro - 2010.
MCEVEDY, Colin – "Atlas de História Medieval" - Companhia das Letras - São Paulo - SP- 2009
SANCOVSKY, Renata R. - História Medieval - “Maomé, o Corão e a formação do Islã”
RIBAS, Rogério de Oliveira - “O Islam na diáspora: crenças mouriscas em Portugal nas fontes inquisitoriais quinhentistas”
*Imagem da Mesquita Al-Nabawi (ou Mesquita do Profeta) em Medina na Arábia Saudita retirada do site: http://alexandreolsson.blogspot.com/2010/12/isla-islamismo.html. Pesquisa realizada no dia 14 de julho de 2011 às 09:40
**Imagem da cidade de Meca retirada do site: http://www.absolutegipto.com/15000-egipcios-no-podrian-viajar-a-la-meca-este-ano/. Pesquisa realizada no dia 14 de julho de 2011 às 09:20.
muito bom
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