Por Vanir Junior
Febvre demonstra grande amor pelo seu trabalho com a história em sua
obra. Primeiramente, afirma que ela é toda social por definição e possui uma
unidade. Afirma que o objeto de estudo é o homem em sua totalidade.
O estudo da história é cientificamente conduzido, ou seja, deve problematizar e formular hipóteses baseadas na interpretação do fato pelo
historiador, buscando a objetividade. Febvre, em sua linha teórica, pregou
contra o modelo factual do século XIX e o historiador colecionador de fatos,
enfatizando a criação do fato histórico pelo próprio historiador e não somente
pelos documentos. Enfatiza a crise da história narrativa/detalhista, que era
cada vez mais, segundo Febvre, preenchida pelas práticas positivistas e
empiristas.
Também pregou a união da história com as demais ciências do homem, como
a sociologia e a psicologia, de maneira que a história passasse a ter
significação social, ao contrário da mera narrativa positivista do século
anterior.
Para isso, o historiador deveria ter consciência dos laços que uniam as
demais ciências à história. A história deveria assim se adaptar às mudanças
sociais, analisando os aspectos espaço/tempo. Ou seja, Febvre, semelhantemente
a Bloch, busca a relação do presente com o passado, não procurando apenas
continuidades, mas também descontinuidades nas análises de contextos
históricos.
Febvre luta por uma história viva e verdadeira, na qual o historiador seria
construtor participante de todo o processo, devendo compreender a realidade
histórica, havendo, desta forma, um desenvolvimento da história através dos
temas problematizados e não necessariamente pela narrativa simples, buscando
compreender o mundo e suas mudanças pela história.
Tudo isto representou o
combate abordado por Febvre em sua obra, proposto juntamente com Bloch na
primeira geração da Escola dos Annales. Um combate pelo verdadeiro saber
histórico.
Referências Bibliográficas:
FEBVRE, Lucien. Combates
pela História. Ed.: 2ª. Editora Presença: Lisboa, 1989. p.p. 28 a 51.
Site da Imagem: http://www.rotamogiana.com/2010/05/atendi-ao-chamado.html
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